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28 de janeiro de 2014

O balão



Minha saída de casa é acompanhada por mangueiras que já conhecem o som dos meus passos de tanto eu passar por lá, pela sorveteria da esquina e pelo mendigo do canto da rua.

Hoje, neste dia há algo diferente, tudo está mais silencioso, mais cinza, sem cor, sem vida. As arvores não estão mais tão verdes e o vento mais frio por ironia e eu só vejo carros cinzas na rua. Parece que a paisagem reflete meu humor, se dobra e desdobra pra mostrar isso, pra mostrar meu descolorido interno.

Percorro a tua com as arvores 
acompanhando-me e me sento no mesmo lugar de sempre da parada de ônibus, sempre lotada, hoje deserta. Vejo o mundo passar a minha volta, um ou outro carro de cor, mas sempre sem tom.

Me espanto quando ao meu lado se senta um homem que me tira do meu torpor e pergunta qual ônibus eu estou esperando. E eu, com uma voz sem vida, respondo: 
-marex, ver-o-peso.

E volto a esperar o ônibus que nunca vem, embargada aos meus pensamentos sobre vida e musicas do coldplay.

Inesperadamente, na esquina da rua do outro lado, ele vem, cheio de balões coloridos na mão e de repente o ponto de luz se torna aquele senhor de barba de algodão com balões coloridos na mão.
 
Ele atravessa a rua e vem na direção da parada, eu encantada com todo aquele colorido que de repente apareceu no meu dia, não paro de olhar pro inocente senhor, quando, para minha surpresa, ele vem em minha direção e pergunta:

- quer um balão minha jovem?

Eu, sem reação de felicidade, respondo:

- quero sim

Aquele senhor, inocente e alheio a minha vida simplesmente transformou minha forma de pensa ao que se diz quando dizemos que simples coisas podem melhoras o seu dia. O simples ato de eu ter ganho um balão de gás colorido mudou completamente meu dia, ele coloriu meu descolorido com o colorido de seus balões.

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